quinta-feira, 28 de março de 2013

HIDRANENCEFALIA - ACHADOS TOMOGRÁFICOS

Imagem axial demnostrando ausência de parênquima cerebral. A foice sagital está presente.
A teoria atualmente aceita para está condição é de um insulto isquêmico ao nível carotídeo bilateral, porém a circulação posterior (advindas das artérias vertebrais) é relativamente poupada.


 Imagem axial demonstrando restos de parênquima frontal e temporal, além de dilatação do quarto ventrículo.


Reconstrução sagital na linha média demonstrando tronco cerebral e cerebelo rudimentares, indicando também acometimento circulação posterior mais alta.
Destaque para o alargamento do aqueduto cerebral, ligando o quarto ventrículo diretamente ao território supratentorial (obs.: não confundir com variante de Dandy-Walker, na qual a comunicação alargada é entre o quarto ventrículo e a cisterna magna).



 Reconstrução coronal demonstrando diencéfalo rudimentar.
*o diencéfalo pode ser bem formado a depender do grau de injúria isquêmica intra-útero.

terça-feira, 26 de março de 2013

DEFEITO DE ROTAÇÃO INTESTINAL

Paciente portador de gastrosquise realizou trânsito intestinal no pós operatório tardio.
*para melhor aproveitamento deste caso, sugiro ver a publicação anterior.


Imgem em AP demonstrando perda da curvatura fisiológica do duodeno, sendo qu o mesmo encontra-se à direita da coluna.

 Imagem em perfil demonstrando a trajetória lateralizada do duodeno, diferente do seu curso natural que é posterior (em direção ao espaço retroperitoneal).

Imagem tardia demonstrando as alças delgadas predominantemente à direita e o ceco em posição anômala (seta).

terça-feira, 19 de março de 2013

PRESS (POSTERIOR REVERSIBLE ENCEPHALOPATHY SYNDROME



A encefalopatia posterior reversivel é uma manifestação do neurológica da crise hipertensiva.
Caracteriza-se por convulsão, cefaléia intensa e/ou turvação visual.
Radiologicamente, apresenta-se tanto na TC quanto na RM através de edema vasogênico focal acometendo a zona de fronteira vascular posterior bilateralmente, conforme demonstrado e assinalado nas figuras acima.
*a figura 01 e 04 não apresentam alterações.

segunda-feira, 18 de março de 2013

EREED - POSIÇÃO NORMAL DO DUODENO

Abaixo são mostradas algumas dicas de como checar a posição do duodeno durante um EREED.
As imagens tem representação didática das partes do estômago (verde) e duodeno (vermelho) - para melhor aprendizado, sugiro correlação com atlas de anatomia humana.
1 - Aquisição em AP através de escopia (3-4 imagens por segundo) para checar o enchimento e esvaziamento gástrico.
*presença de catéter de DVP (seta roxa).
2 - O estômago não deve ser hiperdistendido, pois se isso ocorrer a terceira e quarta porções do duodendo sofrerão superposição do corpo gástrico preenchido por contraste.


3 - A segunda porção do duodeno (descendente) deve situar-se à direita da linha média (coluna lombar) e a quarta porção (ascendente) à direita. A primeira e a terceira porções correspondem aos locais onde o trajeto do duodeno é transverso, sendo superior e inferior respectivamente.
4 - Nem sempre a opacificação total de todas as porções ocorre simultaneamente, sendo mais importante a avaliação dinâmica da passagem do contraste por cada região.


5 - Imagem em perfil demonstrando o trajeto posterior do piloro e primeira porção do duodeno em direção à sua posição retroperitoneal.
6 - Essa imagem deve ser realizada antes do enchimento da quarta porção do duodeno, antes que a opacificação desta região promova obscurecimento do duodeno proximal.


CHECKLIST
Utilizar o contraste necessário para apenas preencher (e não distender) o estômago.
Avaliar antro, piloro, primeira, segunda porções do duodeno em AP.
Colocar o paciente em perfil para novamente avaliar as estruturas descritas acima.
Posicionar o paciente em AP e avaliar a terceira e quarta porções do duodeno, bem como enchimento das alças jejunais proximais.

obs.:
Esse é um protocolo básico e as posições podem variar muito a depender do motivo da investigação e do paciente.
Devido ao uso de radiação ionizante o exame deve ser o mais dirigido possível, tendo a história clínica grande importância.
O estudo do esôfago não foi inserido nesta publicação.

quarta-feira, 13 de março de 2013

MEGACÓLON AGANGLIÔNICO

Uma das anomalias do trato gastro-intestinal mais frequentes e na qual a radiologia (enema baritado) é essencial.
O diagnóstico nem sempre é facil, tanto pela apresentação clínica que pode ir desde não eliminação de mecônico à diarréia (colite), quanto pela dificuldade em definir achados radiológicos característicos, sendo mais complicado nos primeiros dias de vida.


 Imagem em perfil demonstrando três achados compatíveis com a suspeita diagnóstica:
1 - Índice reto/sigmóide - em um paciente normal o reto tem o diâmetro maior ou igual ao do cólon sigmóide, visto que sua função é de armazenamento das fezes. Quando o megacólon é de segmento curto, ou seja apenas o reto é acometido, essa relação se inverte em virtude do espasmo pelo qual o reto é acometido e esse passa apresentar um diâmetro menor que o do sigmóide.
Como fazer: dividir o maior diâmetro do reto (linha verde) pelo diâmetro do sigmóide (linha vermelha). É positivo se essa relação for menor ou igual a 1.

2 - Zona (cone) de transição - representa a fronteira da porção espástica e doente a jusante com o cólon saudável à montante. Não é um sinal restrito ao megacólon de segmento curto e por isso e porções mais altas que o reto. Sua grande funcionalidade é guiar o cirurgião no planejamento cirúrgico, orientando o local mais apropriado para biópsia e ressecção.

3 - Linha tranversa reta (viso logo acima da linha amarela desenhada no reto) - sinal descrito por Swischuk e possivelmente representando uma área de espasmo fixo no segmento afetado.




Imagem em AP do mesmo paciente complementando os achados do perfil.

sexta-feira, 8 de março de 2013

MEGAURETER PRIMÁRIO BILATERAL COM DUPLICIDADE RENAL

Menor de 04 anos encaminhado para a ultrassonografia com relato de hidronefrose bilateral e em acompanhamento com a nefrologia.

Imagem axial do hipogastro demonstrando dilatação exuberante de ambos os ureteres próximo à sua inserção. Não há alterações em bexiga.



 Imagens longitudinais demonstrando dilatação e tortuosidade em todo o trajeto de ambos os ureteres.



Imagem longitudinal do rim esquerdo demonstrando hidroureteronefrose associada a afilamento total da camada cortical do polo superior.
Os dois terços inferiores do rim não apresentam alterações (setas).



Aspecto semelhante do rim esquerdo em relação ao contra-lateral.
A imagem inferior demonstra os achados com um transdutor linear de alta frequência.

quarta-feira, 6 de março de 2013

AVULSÃO DO EPICÔNDILO MEDIAL UMERAL

Criança, 04 anos, vítima de queda enquanto brincava, adimitida com dor edema em cotovelo direito.


Radiografias em AP e perfil demonstram aumento de partes moles na região medial do cotovelo. 
Não há sinais de fratura.


Corte tomográfico demonstra fragmento ósseo adjacente ao epicôndilo medial (seta).
Notar espessamento dos feixes musculares flexores e borramento do tecido subcutâneo.
Como se trata de uma fratura extra-capsular não há derrame articular, nem sinal sinal do coxim gorduroso deslocado (radiografia) - vide publicação anterior.


Reconstrução MIP e com densidade invertida demonstrando núcleo de crescimento do epicôndilo medial deslocado distalmente de sua posição original, em acordo com o mecanismo de trauma que é de movimento em valgo extremo.

terça-feira, 5 de março de 2013

FRATURA SUPRACONDILAR DO COTOVELO

As radiografias abaixo demonstram sinais radiológicos de fraturas do terço distal do úmero.

SINAL DO COXIM GORDUROSO.
O cotovelo possui três fossas onde encaixam a cabeça do rádio e o processo coronóide ulnar anteriormente e o olécrano posteriormente. Essas fossas estão preenchidas por gordura que serve para amortecer o contato destas apófise ósseas.
Quando há injúria intra-capsular, o sangue liberado no interior desta articulação desloca superiormente esses coxins adiposos exibindo-os nas imagens em perfil acima de sua posição habitual (setas).

LINHA UMERAL ANTERIOR (seta azul)
A linha traçada seguindo a margem anterior do úmero deve cruzar o terço médio do capítulo umeral, caso contrário indica lesão por hiperextensão.

LINHA RÁDIO-CAPITULAR (seta vermelha)
A linha traçada seguindo o eixo da diáfise radial também deve deve atravessar o capítulo que é sua apófise articular no úmero.

REAÇÃO PERIOSTEAL (seta verde)
Tênue reação periosteal lamelar simples no úmero distal é um sinal encontrado em casos mais tardios e negligenciados de fratura.

segunda-feira, 4 de março de 2013

NEFROPATIA PARENQUIMATOSA AGUDA

Sexo feminino, 09 anos em tratamento antibiótico para combater abscesso/celulite em joelho.
No final da primeira semana de internamento evoluiu com hipertensão arterial, edema generalizado e hematúria microscópica (exame de urina).



Imagem realizada com transdutor convexo de baixa frequência demonstra aumento da ecogenicidade parequimatosa do rim direito em relação ao fígado.
Nota-se também pequena quantidade de líquido livre entre o rim e o fígado (seta).



 
Corte sagital do hipocôndrio direito com transdutor de frequência maior o que permite maior riqueza de detalhes demonstra além do aumento da ecogenicidade parenquimatosa a perda da relação córtico-medular.


Após modificação dos antibióticos utilizados (cefalosporinas) houve regressão do quadro clínico-laboratorial-ultrassonográfico.